Flash Financeiro por LMF - n°40
Sejam bem-vindos a mais um Flash Financeiro! A semana começa com grandes movimentos nos mercados globais e brasileiros. Vamos ver o que está acontecendo!
Índice
Principais notícias da semana
Momento Suno!
Caso de Mercado - A Jornada de Luiz Barsi
Cotações da semana
Juros mais baixos à vista? JPMorgan acha que sim — e diz que o mercado exagera
Economia
O JPMorgan divulgou nesta quarta-feira (30) uma leitura mais otimista sobre o cenário de juros no Brasil — e alerta que o mercado pode estar precificando mais aperto do que o necessário. A seguir, os principais pontos da análise:
Movimento não é só local
O recuo na curva de juros brasileira acompanha uma tendência vista em outros mercados emergentes, como México, África do Sul e Chile. Para o banco, isso reflete um cenário global mais favorável: dólar enfraquecido e progresso em acordos comerciais.
Projeções do mercado estão "esticadas"
Enquanto o mercado ainda aposta numa Selic de até 14,25% em 2026, o JPMorgan vê esse número como exagerado. A avaliação é de que os fundamentos já permitem considerar cortes antes disso. “A possibilidade de uma Selic abaixo de dois dígitos em 2026 reacende o interesse por setores que dependem de crédito barato”, diz o relatório.
Bolsa antecipa o corte
O Ibovespa atingiu os 135 mil pontos — patamar que o próprio banco projetava só para o fim do ano. Ações de setores como educação, consumo, construção e utilities puxaram os ganhos. Estão entre os destaques: Yduqs, Cogna, Localiza, Rumo, Equatorial e Copel.
Reação dos mercados pode demorar
Mesmo com o otimismo, o banco lembra que a resposta dos ativos à virada de ciclo costuma ser lenta. Historicamente, o primeiro corte de juros acontece em média sete meses após o último aumento. Se esse padrão se mantiver, os cortes viriam entre novembro e dezembro.
Após o fim do aperto, o desempenho de ações costuma ser negativo nos primeiros 30 dias — mesmo entre setores ligados à economia doméstica. A recuperação só tende a ganhar força a partir do terceiro mês.
A mensagem do JPMorgan é clara: a virada de ciclo já começou a ser precificada. Mas o ritmo e o timing ainda estão abertos — e o mercado pode precisar de mais paciência do que gostaria.
Confira na Íntegra: InfoMoney
Economia dos EUA encolhe com disparada nas importações antes das tarifas
Estados Unidos
A economia americana recuou 0,3% no primeiro trimestre de 2025 — a primeira contração em três anos. O tombo veio após uma corrida de empresas e consumidores para antecipar compras antes das novas tarifas comerciais impostas pelo governo Trump. Essa enxurrada de importações abriu um buraco no comércio exterior e provocou a maior perda de crescimento trimestral desde a pandemia.
Empresas correram para escapar das tarifas
As importações subiram 41,3% — o maior salto desde a pandemia — superando em muito as exportações e resultando em um dos maiores impactos negativos da balança comercial na atividade recente. Parte dos produtos importados acabou encalhada em estoques, o que pode reduzir o ritmo da economia nos próximos trimestres.
Apesar disso, o consumo das famílias cresceu 1,8%, puxado por serviços e itens básicos, como saúde e moradia. Já os salários avançaram 0,8% no trimestre, em desaceleração. A inflação deu sinais de alívio em março, mas tende a voltar com a elevação de preços provocada pelas tarifas.
Trump culpa Biden, mercado cobra direção
“Tivemos números que, apesar do que nos foi entregue, conseguimos virar”, afirmou Trump, culpando o governo anterior e tentando destacar o aumento dos investimentos privados.
A resposta não convenceu. A oposição pediu a saída da equipe econômica e classificou a queda como um erro de rota. Wall Street reagiu com queda nas bolsas, queda nos yields dos Treasuries e aumento na busca por segurança diante da incerteza.
Com a política comercial instável e incertezas fiscais em alta, a economia americana começa o segundo trimestre em terreno escorregadio — e economistas já falam em risco de recessão técnica nos próximos meses.
Confira na Íntegra: Reuters
Temporada de balanços: Vale recua, Hypera surpreende e Usiminas dispara
Brasil
A temporada de resultados do primeiro trimestre de 2025 trouxe uma combinação de decepções, surpresas e fortes reações no mercado. Enquanto a Vale apresentou números pressionados pela queda nos preços do minério de ferro, a Hypera surpreendeu positivamente apesar do prejuízo, e a Usiminas registrou um salto expressivo no lucro, puxado por desempenho operacional consistente.
Vale sente o peso dos preços e recua no trimestre
A Vale (VALE3) reportou um lucro líquido de US$ 1,4 bilhão no primeiro trimestre, queda de 17% em relação ao mesmo período de 2024. A retração foi atribuída à baixa nos preços do minério de ferro, que anulou os efeitos positivos de maiores volumes vendidos e da redução de custos operacionais. O Ebitda ajustado somou US$ 3,1 bilhões, recuo de 9% na comparação anual.
Mesmo com desempenho sólido na divisão de metais para transição energética, a reação do mercado foi negativa: as ações caíram 2,64% no pregão seguinte à divulgação. Analistas consideraram os resultados neutros, com destaque para os ganhos de eficiência e o controle de custos. A XP e o Bradesco BBI mantiveram postura cautelosa, enquanto Genial e BTG seguem recomendando compra, mas alertam para o impacto da guerra comercial sobre o minério de ferro.
Hypera surpreende e dispara 12% após prejuízo menor que o esperado
A Hypera (HYPE3) apresentou prejuízo por ação ajustado de R$ 0,20 no trimestre, revertendo lucro de R$ 0,60 em 2024. Apesar disso, os resultados vieram acima do esperado pelo mercado, o que impulsionou as ações em mais de 12% no dia da divulgação. O principal alívio veio da sinalização de que o processo de ajuste de estoques e capital de giro pode estar perto do fim.
Embora a receita tenha caído 41% e a margem EBITDA tenha sido negativa, a empresa manteve geração de caixa positiva e avanço em metas operacionais, como a redução de contas a receber. O JPMorgan reiterou recomendação positiva, e a XP destacou o bom ritmo de execução da estratégia de recuperação. Já o Bradesco BBI e o Goldman Sachs mantiveram postura neutra, com foco na retomada da margem nos próximos trimestres.
Usiminas salta com lucro 9 vezes maior e operação ajustada
A Usiminas (USIM5) foi o destaque positivo da rodada de resultados. A companhia reportou lucro líquido de R$ 337 milhões no primeiro trimestre, crescimento de 845% frente ao ano anterior, superando com folga as expectativas do mercado. O Ebitda ajustado subiu 76%, alcançando R$ 733 milhões, com margem de 11%, enquanto a receita líquida avançou 10%.
O resultado financeiro foi outro ponto de virada: a companhia passou de perdas de R$ 299 milhões no 1T24 para um saldo positivo de R$ 20 milhões. Apesar do aumento na dívida líquida, a alavancagem segue em níveis controlados. A projeção para o segundo trimestre é de estabilidade nas vendas da unidade de siderurgia, com perspectiva de preços mais altos para o setor automotivo.
Confira na Íntegra: InfoMoney - VALE | InfoMoney - Hypera | InfoMoney - Usiminas
Zona do Euro respira (levemente)antes de levar outro tombo tarifário
Europa
A economia da zona do euro cresceu 0,4% no primeiro trimestre de 2025, superando as expectativas de 0,2%, segundo a Eurostat. O avanço, no entanto, ocorre antes do impacto das novas tensões comerciais com os Estados Unidos e da queda na confiança empresarial. Apesar do resultado positivo, o cenário para os próximos meses é de forte desaceleração.
Pontos Mais Importantes:
Surpresa no crescimento
“As 20 nações que compartilham o euro viram sua economia expandir 0,4% no primeiro trimestre, superando as expectativas de 0,2%.” — Eurostat
Crescimento foi puxado pela Espanha e distorcido por uma alta de 3,2% na Irlanda.
Alemanha (+0,2%), França (+0,1%) e Itália (+0,3%) mostraram desempenho tímido.
Sem Irlanda, o crescimento do bloco se aproxima da projeção inicial (0,2%).
Perspectiva sombria!
Empresas como Volkswagen e Mercedes-Benz alertam para perdas causadas por tarifas comerciais.
Indicadores de confiança empresarial caíram acentuadamente desde o final do trimestre.
A guerra comercial e a volatilidade gerada pelas políticas dos EUA devem prejudicar ainda mais o desempenho econômico da região.
Papel do BCE e medidas fiscais
O Banco Central Europeu já cortou juros e pode reduzir ainda mais em junho.
Crescimento fraco, euro valorizado e queda dos preços de energia diminuem pressões inflacionárias.
Governo alemão promete aumento de gastos com infraestrutura, mas efeitos devem aparecer apenas no médio prazo.
O crescimento inesperado da zona do euro no primeiro trimestre dá um alívio momentâneo, mas o cenário à frente é preocupante. A escalada nas tensões comerciais, somada à queda da confiança empresarial e ao fraco desempenho estrutural do bloco, pode levar a Europa a uma estagnação prolongada. Com espaço para cortes de juros, o BCE tenta reagir, mas os efeitos da guerra comercial ainda são uma ameaça latente para o restante de 2025.
Confira na Íntegra: InfoMoney
Momento Suno! - Suno FIIs
O fundo imobiliário RECR11 apresentou uma recuperação expressiva desde a mínima registrada em dezembro de 2024, com valorização de 27,55% até abril de 2025. Mesmo após esse avanço, a equipe da Suno Research continua considerando o papel atrativo, destacando que o valor de mercado ainda negocia abaixo do valor patrimonial (P/VP de 0,94), o que indicaria uma margem de segurança residual.
No último ano, o retorno total do fundo foi de 8,9%, com performance mais acentuada nos últimos seis meses, quando atingiu 17,7%. A boa fase é atribuída ao fechamento das curvas de juros e ao fortalecimento do carrego, que tem se mantido estável com distribuição média de R$ 0,96 por cota. A expectativa é de que os rendimentos sigam robustos nos próximos meses, com o IPCA acumulando variação positiva e sustentando o repasse nos CRIs.
A carteira do fundo é composta majoritariamente por CRIs corporativos e pulverizados, com 104 operações ativas. A gestão vem usando operações compromissadas para reforçar a rentabilidade e explorando oportunidades no mercado secundário. Ainda assim, o relatório reconhece riscos pontuais, como o caso do Edifício Morumbi Plaza, que segue sem geração de receita. A gestora sinaliza que busca alternativas para monetizar esse ativo, seja via venda ou nova destinação.
Apesar dos desafios, o RECR11 continua figurando entre os fundos recomendados da Suno, com boa liquidez, risco moderado e perspectiva de valorização adicional, especialmente em um ambiente de juros mais baixos e menor percepção de risco nos próximos meses.
Caso de Mercado
A Jornada de Luiz Barsi
Como Luiz Barsi fugiu da pressa do mercado e construiu, ação por ação, uma renda que ultrapassa R$1 milhão por dia em dividendos.
Poucos brasileiros desafiaram as probabilidades como Luiz Barsi — e venceram com tanto brilho. De origem humilde, criado por uma mãe costureira no interior de São Paulo, ele construiu sozinho uma das maiores fortunas do mercado nacional — não especulando, mas apostando em algo simples e poderoso: os dividendos.
Barsi começou cedo, inspirado por um conselho que virou seu mantra: "Compre ações de boas empresas, mantenha para sempre e viva dos dividendos." Enquanto muitos corriam atrás de lucros rápidos, ele mirava o longo prazo, comprando papéis de setores essenciais — energia, bancos e saneamento — e reinvestindo tudo o que recebia.
Décadas depois, a estratégia frutificou: Barsi chega a receber mais de R$1 milhão por dia só em dividendos, sem precisar vender nenhuma ação. Sua paciência, visão de futuro e disciplina ferrenha o transformaram em um dos maiores investidores individuais da Bolsa brasileira.
Hoje, Luiz Barsi é a prova viva de que, no mercado, a fortuna raramente sorri para quem tem pressa — mas recompensa generosamente quem entende que construir riqueza é uma maratona, não uma corrida.
Para se aprofundar na história: InfoMoney
Agora para as Cotações da Semana
Confira as variações das principais moedas em relação ao real, além dos maiores upsides e downsides da bolsa, importante mencionar que os valores se referem a variação semana.