Flash Financeiro por LMF - n°43
Sejam bem-vindos a mais um Flash Financeiro! Mercados em transformação: desafios fiscais, disputas globais e novas forças emergem no horizonte financeiro. É hora de entender o que está acontecendo!
Índice
Principais notícias da semana
Momento Suno!
Caso de Mercado - Facebook e a Aposta de Peter Thiel
Cotações da semana
AAA já era: EUA são rebaixados e o mercado pisca amarelo para o dólar
Estados Unidos
Fim do AAA americano:
Na última sexta-feira, a agência Moody’s rebaixou a nota de crédito dos Estados Unidos de Aaa para Aa1, marcando o fim da nota máxima pelas três grandes agências de risco. A justificativa foi clara: dívida pública fora de controle, juros altos e falta de perspectiva de correção fiscal.
Pontos principais:
EUA perdem o último rating “Aaa” ainda remanescente
Dívida pública americana já chega a US$ 36 trilhões
Só em juros, o governo gastou US$ 881 bilhões em 2024 — mais que com defesa
Clube do Aaa encolheu: só 11 países hoje mantêm a nota máxima (ex: Alemanha, Canadá, Suíça)
Rendimentos dos títulos de 30 anos dispararam após o anúncio
Visão do mercado:
O rebaixamento é, em parte, simbólico, mas reflete o desconforto crescente com a capacidade dos EUA de lidar com sua dívida. Embora ainda considerados seguros, os Treasuries passam a carregar um estigma de instabilidade fiscal. O movimento também pressiona o status do dólar como principal reserva global.
Além disso, o rebaixamento alimenta narrativas pró-cripto: empresas como a Coinbase apontaram que a deterioração da confiança no sistema americano reforça a busca por ativos neutros, como o Bitcoin.
Confira na Íntegra: InfoMoney
BYD ultrapassa Tesla em vendas na Europa pela primeira vez
Tecnologia
Pela primeira vez, a BYD superou a Tesla no mercado europeu de veículos 100% elétricos (BEVs). Segundo a consultoria Jato Dynamics, a montadora chinesa vendeu 7.231 unidades em abril, ligeiramente à frente da Tesla, que registrou 7.165 veículos. A vitória é simbólica: marca a entrada oficial da BYD no bloco europeu apenas no fim de 2022 (fora Noruega e Holanda) e já desbanca a líder histórica do segmento.
Chinesas ganham terreno, Tesla perde fôlego
Mesmo sob novas tarifas da União Europeia, os emplacamentos de elétricos chineses cresceram 59% em abril, impulsionando a demanda total por BEVs, que subiu 28% no continente. A Tesla, por outro lado, teve um trimestre fraco, com queda de 13% nas vendas, impactada por interrupções na produção do Model Y, protestos ligados às posições políticas de Elon Musk e clientes esperando por versões mais acessíveis do carro.
Visão do mercado
A ultrapassagem da BYD é mais do que um número: mostra a força da nova geração de montadoras chinesas, que avançam rápido mesmo em terrenos regulatórios adversos. A Tesla, que por anos dominou a narrativa dos elétricos, agora precisa lidar com um ambiente competitivo mais fragmentado — e com marcas que chegam dispostas a disputar não só mercado, mas também imagem e estratégia.
Confira na Íntegra: InfoMoney
Bitcoin quebra recorde, o dólar quebra confiança – o que o mercado está dizendo?
Economia
Por que o Bitcoin está subindo?
O Bitcoin acaba de atingir uma nova máxima histórica, superando os patamares anteriores mesmo após o halving e em um ambiente macroeconômico instável. A valorização é puxada por fatores internos do próprio mercado cripto e, principalmente, por desequilíbrios fiscais nos EUA e crescente demanda institucional via ETFs.
Nova máxima histórica do Bitcoin registrada em meio à alta de 2024 (+18% no ano até agora)
Dívida pública dos EUA ultrapassa US$ 34 trilhões, minando confiança no dólar
Cresce a tese de que o Bitcoin é um hedge contra expansão monetária descontrolada
ETFs cripto estão atraindo grandes players institucionais, acelerando a demanda
Visão do mercado:
O mercado está cada vez mais receptivo à ideia de que o Bitcoin não é apenas um ativo especulativo, mas uma proteção estratégica contra crises fiscais e monetárias. A entrada de grandes players via ETFs e o uso crescente do criptoativo como reserva de valor mostram que o ativo já faz parte do radar institucional.
Curiosidade: "E se você tivesse acreditado no Bitcoin em 2010?"
R$ 10 mil investidos em Bitcoin há 15 anos valem hoje cerca de R$ 25 bilhões.
Na época, o preço era de R$ 0,15 por BTC.
Com apenas R$ 100 mil investidos, você ultrapassaria o patrimônio do Jorge Paulo Lemann.
Um retorno de mais de 250.000.000% — impensável.
Confira na Íntegra: InfoMoney
JPMorgan mantém aposta na China, apesar das tensões
China
O CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, afirmou que o banco seguirá investindo na China a longo prazo, mesmo com o aumento das tensões entre Pequim e Washington. Em evento em Xangai, destacou que “Temos que lidar com o mundo que temos, não com o mundo que queremos”, reforçando o compromisso da instituição com o mercado chinês.
Riscos geopolíticos não afastam o banco
Embora o banco enfrente pressões, como no caso da listagem da CATL, Dimon garantiu que todas as decisões passaram por rigorosa análise. A recuperação do mercado chinês, com maior interesse dos investidores e incentivos econômicos, reforça as perspectivas positivas do JPMorgan.
Olho na Ásia como um todo
O banco também vê forte potencial em outros mercados asiáticos, como Japão e Índia. Em 2024, as operações do JPMorgan na Ásia-Pacífico geraram US$ 12 bilhões em receita, um avanço de 13% frente ao ano anterior. A estratégia é clara: mesmo com o cenário geopolítico instável, o banco aposta em crescimento sustentado na região — com a China permanecendo como peça central dessa ambição.
Confira na Íntegra: Bloomberg Línea
Momento Suno!
A Berkshire Hathaway divulgou os resultados do 1T25 com lucro operacional de US$ 9,64 bilhões, uma queda de 14% na comparação anual. O recuo reflete principalmente a pressão sobre a área de seguros, afetada por sinistros elevados — como os incêndios florestais na Califórnia, que geraram perdas bilionárias — e um menor volume de subscrições. Em contrapartida, os rendimentos com os investimentos das seguradoras cresceram 11%, impulsionados pelo ambiente de juros mais altos.
Os negócios não seguradores continuam contribuindo com estabilidade e crescimento. O segmento ferroviário (BNSF) teve alta de 6% no lucro, beneficiado por ajustes tarifários, queda nos custos de combustível e controle de despesas. A divisão de energia (BHE) apresentou um crescimento de 53% no lucro, com destaque para menores provisões com riscos de incêndio e melhora nas subsidiárias de gás natural. Já áreas como manufatura, varejo e serviços entregaram desempenho praticamente estável, com contribuição total de US$ 3,06 bilhões.
O destaque negativo do trimestre veio da linha “Outros”, que inclui ganhos e perdas cambiais, além de rendimentos com aplicações em títulos fora das seguradoras e investimentos em empresas não consolidadas. Essa linha teve resultado de apenas US$ 41 milhões, frente a US$ 1,08 bilhão no 1T24. A principal explicação foi uma perda cambial de US$ 713 milhões em dívida emitida em moeda estrangeira, contrastando com um ganho de US$ 597 milhões no mesmo período do ano passado.
Mesmo diante desses desafios pontuais, a companhia segue com fundamentos sólidos. O fluxo de caixa operacional foi de US$ 10,9 bilhões, com US$ 6,62 bilhões em caixa livre após investimentos. A Berkshire encerrou o trimestre com US$ 347 bilhões em caixa e títulos de curto prazo, reforçando seu poder de fogo. A ausência de recompras de ações no trimestre indica disciplina na alocação de capital. A holding continua operando com resiliência e múltiplos motores de geração de valor — ainda que, neste momento, existam oportunidades mais assimétricas no mercado.
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Caso de Mercado
Facebook e a Aposta de Peter Thiel
Como uma aposta de US$ 500 mil transformou Peter Thiel em um dos maiores investidores do Vale do Silício.
Antes de virar referência no mundo dos investimentos, Peter Thiel já havia conquistado sucesso como cofundador do PayPal. Com a venda para o eBay, em 2002, ele acumulou uma fortuna, mas não se acomodou. Thiel então direcionou sua visão para novas oportunidades, e o Facebook chamou sua atenção.
Em 2004, Thiel tomou uma decisão que, à primeira vista, parecia arriscada: ele investiu US$ 500 mil no Facebook, uma rede social que, na época, tinha apenas 1 milhão de usuários e ainda não gerava lucro. Em meio a esse cenário de incerteza, Thiel teve a chance de conversar com Sean Parker, o conselheiro de Zuckerberg, em uma festa na Califórnia. Foi ali que Thiel percebeu algo que muitos não viam: o potencial de uma plataforma que poderia transformar a maneira como as pessoas se conectam no mundo.
Enquanto outros eram céticos, Thiel apostou no futuro. Sua intuição aguçada sobre a evolução digital fez com que sua aposta se transformasse em bilhões de dólares, consolidando Thiel como um dos investidores mais influentes do Vale do Silício.
Hoje, a história do Facebook — e a aposta de Thiel — é um exemplo de como visão e coragem podem gerar retornos extraordinários, mesmo quando o futuro ainda é incerto.
Para se aprofundar na história: Suno
Agora para as Cotações da Semana!
Confira as variações das principais moedas em relação ao real, além dos maiores upsides e downsides da bolsa, importante mencionar que os valores se referem a variação semana.