Flash Financeiro por LMF - n°47
Sejam bem-vindos a mais um Flash Financeiro! Uma semana marcada por decisões de política monetária, geopolítica no mercado de EVs e transformações no setor aeronáutico. Vamos lá entender!
Índice
Principais notícias da semana
Momento Suno!
Caso de Mercado
Cotações da semana
Super Quarta: juros sobem no Brasil, tensão nos EUA
Global

Essa quarta-feira foi marcada por decisões de política monetária nos dois maiores bancos centrais das Américas. No Brasil, o Copom encerrou seu ciclo de alta. Nos EUA, o Fed manteve os juros, mas gerou ruído político com nova crítica de Donald Trump.
Decisões e Reações
• Selic sobe 0,25 p.p., para 15% ao ano, e gera reação forte do mercado
• BC sinaliza que deve manter esse nível até o fim de 2025
• Fed mantém juros entre 5,25% e 5,50% e vê inflação mais persistente
• Trump chama Powell de “desgraça americana” e pressiona por corteVisão do Mercado
O recado da Super Quarta é claro: nada de corte no curto prazo. Tanto no Brasil quanto nos EUA, os BCs querem mais tempo para ver os efeitos do aperto monetário. O investidor deve ficar atento: juros seguem altos, inflação ainda preocupa, e o cenário político pode adicionar mais incerteza.
Confira na Íntegra: InfoMoney e InfoMoney
Israel x Irã: alta no petróleo e dilema da Petrobras — o impacto nos preços e política de combustíveis
Combustíveis
O conflito no Oriente Médio e os efeitos no mercado de petróleo
A escalada do conflito Israel x Irã traz impactos significativos ao mercado global de petróleo e também levanta novamente o debate sobre a política de preços da Petrobras. O aumento do risco geopolítico, com o Irã no centro das tensões, já pressiona os preços do petróleo Brent, que subiu de US$ 68 para US$ 75 por barril após o ataque israelense a refinarias iranianas. No Brasil, o impacto se dá principalmente pelo aumento do preço dos derivados, como gasolina e diesel, o que pode afetar diretamente a política de preços da Petrobras.
Irã e Estreito de Ormuz: tensões elevam risco de disrupção no fornecimento de petróleo
Brent sobe 10% em meio a escalada no conflito — preço do barril atinge US$ 75
Impacto no Brasil: pressão nos preços de combustíveis e foco renovado na política de preços da Petrobras
A Petrobras e o governo precisam avaliar ajustes no repasse de custos
Rystad Energy vê volatilidade elevada, com prêmio de risco favorecendo exportadores da região
Os impactos geopolíticos podem continuar a gerar volatilidade elevada nos preços do petróleo, especialmente no curto prazo. A região do Oriente Médio, com sua importância estratégica para o comércio global de energia, continua a ser um ponto de atenção.
Porém, no médio prazo, o consenso do mercado é que o conflito não levará a uma escassez prolongada, já que as potências ocidentais, incluindo os EUA, têm interesse em manter o fluxo de petróleo, especialmente no Estreito de Ormuz.
Entenda os efeitos geopolíticos no mercado de petróleo e na Petrobras
Risco geopolítico e preço do petróleo: Brent sobe 10%, alcançando US$ 75 por barril
Estreito de Ormuz: risco de bloqueio no fluxo de petróleo pode ser temporário, mas com forte impacto
Petrobras: discussão sobre política de preços é reacendida com o aumento dos custos
Exportadores da América Latina podem se beneficiar do prêmio de risco
Refinarias e infraestrutura no Irã são alvo de ataques, afetando oferta global
Confira na Íntegra: Bloomberg Línea
Embraer perde contrato bilionário para Airbus: geopolítica e diplomacia entram no jogo
Aviação
A geopolítica é mais forte que a economia?
A LOT Polish Airlines optou por 40 jatos Airbus A220, em um negócio de US$ 2,7 bilhões, deixando a Embraer de lado. Essa mudança, que reverte a estratégia de longa data da companhia, levanta a questão: será que a geopolítica pesou mais do que a economia?
A Embraer alega que a decisão foi motivada pela influência política do momento, especialmente em relação às tensões diplomáticas entre Brasil e Polônia, agravadas pela visita de Lula a Moscou. Em vez de simplesmente olhar para a economia, a política e as alianças internacionais entraram em cena e mudaram o rumo da concorrência.Entenda o contexto da perda do contrato
40 jatos A220 da Airbus substituem a frota Embraer da LOT
Negócio de US$ 2,7 bilhões pode se expandir para 84 aeronaves
Política de preços e geopolítica pesaram na decisão, diz Embraer
A cerimônia contou com líderes da Polônia, França e Canadá, além de embaixadores
A tensão diplomática entre Polônia e Brasil influenciou a escolha da Airbus
A perda de contrato para a Airbus não é apenas uma questão comercial, mas também um reflexo das tensões geopolíticas que atravessam o mercado global de aviação.
Para a Embraer, essa é uma derrota estratégica, mas o setor aeronáutico como um todo precisa estar ciente de que, em tempos de crescente polarização geopolítica, os negócios não dependem apenas da qualidade dos produtos — a diplomacia entra em campo.
Confira na Íntegra: Bloomberg Línea
China invade o mercado de EVs no Brasil: o dilema entre empregos locais e o futuro verde
Importação
O impacto da chegada massiva de EVs chineses
A BYD, maior fabricante de carros elétricos do mundo, está inundando o Brasil com carros a preços acessíveis, o que tem gerado preocupações em relação à indústria local. Com a promessa de 20.000 veículos enviados em 2025, a empresa está liderando a crescente invasão do mercado brasileiro de carros elétricos. No entanto, entidades de classe e líderes sindicais alertam que a estratégia de importação em massa pode prejudicar a produção nacional e precarizar empregos.
Visão do mercado: geopolítica e economia no setor de carros elétricos
A chegada massiva de veículos chineses levanta um ponto crucial: será que o Brasil está abrindo portas demais para as importações sem proteger sua própria indústria?
O governo tem flexibilizado as tarifas de importação para incentivar a adoção de carros elétricos, mas o excesso de importações pode afetar a produção local e reduzir a competitividade das fábricas brasileiras. Ao mesmo tempo, especialistas veem a necessidade de equilíbrio, com a falta de infraestruturas adequadas para produzir os veículos elétricos em larga escala no Brasil.Conclusão
A crescente presença da BYD no mercado brasileiro de carros elétricos coloca o país em um dilema: como balancear a adoção sustentável de tecnologia verde com a proteção de empregos e investimentos nacionais?
Com a pressão para aumentar as tarifas, o governo precisa considerar o impacto no longo prazo e encontrar maneiras de fortalecer a produção local, sem restringir a inovação e a competitividade. O futuro do mercado de carros elétricos no Brasil depende de uma política inteligente que harmonize as importações com os interesses da indústria nacional.
Confira na Íntegra: Reuters
Momento Suno
VISC11 é um fundo imobiliário focado em shopping centers, gerido pela Vinci Partners. Seu portfólio soma 30 shoppings (288 mil m² de ABL) espalhados por 15 estados + DF, o que dilui riscos regionais; nenhum ativo responde por mais de 12 % da receita operacional (NOI) — característica relevante para quem busca estabilidade de fluxo.
O VISC11 vem apresentando melhora nos indicadores, com vendas por m² em alta de 8,6 % em 2025 e reservas acumuladas de R$ 1,11 por cota, o que garante previsibilidade nos rendimentos mensais (entre R$ 0,80 e R$ 0,85). Além disso, mantém boa posição de caixa e dívida controlada, e a recente aquisição do Shopping Paralela pode fortalecer os retornos. Por outro lado, ainda há vacância ligeiramente acima da média do setor (5,7 %) e certa concentração na gestão dos ativos, enquanto a renda recorrente se recupera após efeitos pontuais em 2023.
Com P/VP de 0,81, pluralidade de ativos e melhora operacional, o VISC11 segue no radar dos analistas como opção para diversificação em shoppings — mas vale acompanhar a redução da vacância e a execução da estratégia de reciclagem de ativos para sustentar o ciclo de crescimento dos rendimentos.
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Caso de Mercado
Cristina Junqueira e o Nubank
Como a “Revolução Roxa” virou o jogo em um setor dominado por gigantes.
Em 2013, Cristina Junqueira trocou um cargo sólido no Itaú pela aventura de fundar, ao lado de David Vélez e Edward Wible, um cartão de crédito 100 % digital, sem anuidade e controlado por aplicativo. A aposta era ousada: o setor bancário brasileiro é um dos mais concentrados e regulados do mundo, com cinco bancos dominando o mercado e barreiras de entrada que exigem anos de capital e burocracia.
Foi justamente contra esse cenário que o Nubank decidiu se posicionar. Por décadas, os grandes bancos impuseram tarifas altas, burocracia excessiva e um atendimento impessoal. O “roxinho” surgiu como resposta: um serviço simples, gratuito, com atendimento humanizado por chat e um app intuitivo que colocava o controle financeiro na mão do usuário. Fator decisivo para o boom do Nubank foi a inclusão de públicos negligenciados — como freelancers e jovens sem histórico bancário — mostrando que era possível ampliar o acesso ao crédito com critérios mais modernos e eficazes.
Menos de uma década depois, o Nubank já somava mais de 90 milhões de clientes na América Latina, estreou na Bolsa de Nova York em 2021 e chegou a valer, no pico, mais do que alguns dos gigantes que um dia o subestimaram. Cristina, hoje vice-chair, provou que até os setores mais fechados cedem à inovação quando ela atende uma demanda genuína.
Para se aprofundar na história: EuQueroInvestir
Agora para as nossas Cotações da Semana!
Confira as variações das principais moedas em relação ao real, além dos maiores upsides e downsides da bolsa, importante mencionar que os valores se referem à variação da semana
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