Flash Financeiro por LMF - n°49
Sejam bem-vindos a mais um Flash Financeiro! Destaques que conectam tecnologia, política e os rumos do mercado. Venha entender o que está acontecendo!
Índice
Principais notícias da semana
Momento Suno!
Caso de Mercado
Cotações da semana
Ataque hacker expõe falhas no sistema financeiro ligado ao BC
Brasil
Um ataque à C&M Software, empresa que conecta fintechs e bancos ao Banco Central, desviou cerca de R$ 800 milhões de contas reservas. O dinheiro foi pulverizado rapidamente em contas laranja, dificultando o rastreio.
Fraude digital, reação analógica
O caso escancarou o atraso na resposta a fraudes: o sistema de segurança ainda é manual, enquanto os criminosos agem em segundos. Segundo especialistas, ainda não existe um sistema automatizado para bloquear e recuperar valores desviados. Parte das instituições envolvidas está fora da supervisão direta do BC, o que agrava a vulnerabilidade.
O que vem pela frente
A crise reacendeu o debate sobre a PEC que amplia a autonomia do Banco Central, permitindo mais poder e orçamento para fiscalizar fintechs, regular o setor de criptoativos e ampliar a supervisão sobre instituições não bancárias. O BC já recuperou parte dos valores roubados, mas precisa de mais estrutura para prevenir novos ataques. A mensagem é clara: o sistema financeiro moderno exige uma defesa igualmente moderna.
Confira na Íntegra: Bloomberg Línea
Ibovespa supera os 140.000 pontos e acompanha exterior após payroll nos EUA
Brasil
O Ibovespa subiu mais de 1% nesta quinta (3) e voltou a ultrapassar os 140 mil pontos, embalado pelo otimismo nos mercados globais após a divulgação do payroll nos EUA — que mostrou criação de 147 mil vagas em junho e queda do desemprego para 4,1%.
S&P renova recorde e bancos puxam alta da Bolsa
S&P 500 atinge novo recorde, aos 6.270 pontos (+0,70%)
Dólar recua 0,12%, cotado a R$ 5,41
Vale (+0,47%) e Petrobras (+0,84%) avançam com apoio das commodities
Setor bancário reage: BBAS3 +2,14%, ITUB4 +1,60%, BBDC4 +1,28%
O que os dados dos EUA sinalizam para os mercados
O resultado do payroll diminui as chances de corte de juros nos EUA em julho, mas reforça a resiliência da economia americana. No Brasil, o bom humor externo beneficia ações de peso na carteira do Ibovespa, com bancos e exportadoras liderando os ganhos.
Confira na Íntegra: Bloomberg Línea
UE pressiona Apple e Meta com possível nova rodada de multas
União Europeia
Apple e Meta podem começar a sofrer multas diárias na União Europeia já na próxima semana, após não cumprirem integralmente a Lei de Mercados Digitais. A regra visa limitar o poder de grandes plataformas digitais, exigindo mudanças estruturais em seus serviços.
Apple ajusta App Store, mas deve perder receita
A Apple alterou os termos da App Store na Europa após ser multada em € 500 milhões, mas alertou que essas mudanças devem reduzir sua receita regional. A empresa disse que discorda da decisão e pretende recorrer.
Meta tenta se adequar com versão paga sem anúncios
A Meta, multada em € 200 milhões por violações de privacidade, tenta evitar novas sanções ao propor menos rastreamento de dados e uma assinatura sem publicidade. O cenário reforça o endurecimento regulatório sobre big techs no continente.
Tesla tem 2° trimestre fraco e vendas seguem em queda
EUA
A Tesla divulgou queda de 13,5% nas entregas no 2º trimestre, marcando o segundo trimestre consecutivo de retração e colocando em risco o desempenho anual da empresa. Para evitar um novo ano de queda nas vendas, a montadora precisa entregar mais de 1 milhão de veículos no 2º semestre — uma meta desafiadora diante de incertezas econômicas e competição crescente.
Principais fatores de pressão
Entregas globais: 443 mil veículos (-13,5%)
Ações subiram 4,5% com resultado melhor que o pior cenário esperado
Demanda mais fraca nos EUA, com sinais de recuperação na China (Model Y)
Linha de modelos envelhecida e sem novos lançamentos acessíveis
Promessa de novo veículo mais barato adiada
Visão do mercado
Apesar do resultado fraco, o mercado reagiu com alívio, já que o número veio acima das projeções mais pessimistas. Ainda assim, há preocupação com o ritmo de inovação da Tesla, o impacto de possíveis cortes em incentivos fiscais nos EUA e o efeito da imagem polarizadora de Elon Musk sobre as vendas. A concorrência de montadoras chinesas segue ganhando espaço rapidamente.
Confira na Íntegra: InfoMoney
Momento Suno!
O diferencial que protege grandes empresas das crises
Em tempos de inflação, um dos maiores diferenciais de uma empresa não está no que ela vende, mas em quanto poder ela tem para reajustar seus preços sem perder clientes. Esse é o chamado poder de precificação — um ativo intangível que separa os negócios resilientes daqueles que perdem margem em crises.
Empresas que conseguem aumentar preços porque têm produtos únicos, marcas fortes ou fidelidade dos clientes acabam sustentando margens mesmo em cenários difíceis. É o caso de gigantes como Apple, Coca-Cola e LVMH, que navegam por períodos inflacionários sem precisar cortar qualidade ou margem — o cliente continua pagando porque acredita no valor.
Para o investidor, vale ficar atento: negócios com histórico de margens crescentes, liderança no setor e produtos difíceis de substituir tendem a proteger melhor o patrimônio no longo prazo. Afinal, como disse Warren Buffett: “Se você tem que orar antes de subir os preços em um décimo de centavo, então você está num péssimo negócio.”
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Caso de Mercado
O Investidor que Desafiou o Banco da Inglaterra e Ganhou
A história da aposta bilionária de George Soros que derrubou a libra esterlina e entrou para a história dos mercados
No início dos anos 1990, a Europa se preparava para ter uma moeda comum. Para mostrar que estava comprometido com o projeto, o Reino Unido entrou num acordo chamado ERM, uma espécie de “corrimão cambial” que impunha limites para a variação das moedas europeias em relação ao marco alemão, então a mais estável do continente. A ideia era transmitir confiança e segurar a inflação, mas havia um custo: sempre que a libra se afastava da faixa combinada, o Banco da Inglaterra precisava subir juros e gastar suas reservas comprando a própria moeda, um remédio caro para uma economia já enfraquecida.
Foi aí que George Soros enxergou a brecha. Ele abriu uma posição short de cerca de US$ 10 bilhões em libras, apostando que em breve poderia recomprá-las por um valor muito menor. Em 16 de setembro de 1992, a Black Wednesday, o Banco da Inglaterra elevou os juros duas vezes no mesmo dia e queimou bilhões tentando defender a moeda. Não adiantou: a pressão de venda continuou, o governo desistiu do ERM e deixou a libra cair.
A libra despencou mais de 15 % frente ao marco e Soros lucrou perto de US$ 1 bilhão. Para os britânicos, foi um enorme constrangimento; para o mercado, ficou uma lição direta: Quando o valor oficial de uma moeda ignora a realidade econômica, alguém sempre aparece para apostar contra, e geralmente sai ganhando.
Para se aprofundar na história: Investopedia
Agora para as nossas Cotações da Semana!
Confira as variações das principais moedas em relação ao real, além dos maiores upsides e downsides da bolsa, importante mencionar que os valores se referem à variação da semana.